A Análise Transacional como recurso eficaz no processo de Mediação 15/07/2014 12:54

Resumo

O presente artigo traz uma abordagem interdisciplinar entre a Ciência Jurídica e a Psicológica e tem por escopo revisar o conceito dos Estados do Ego sob o prisma da Teoria da Análise Transacional, a fim de disponibilizar tais dados para a aplicação no processo de Mediação. Revisando importantes obras sobre o tema pretende-se apresentar essa teoria psicológica como um recurso complementar no repertório das pessoas que atuam no processo alternativo de tratamento de conflitos, em tela, a mediação, uma vez que ela tem em foco a facilitação do diálogo entre as partes. Para tanto trazemos a elucidação sobre a Base Teórica e Estrutural da Análise Transacional e apresentamos os Estados do Ego por meio dos conceitos, representações gráficas, suas subdivisões, e os comportamentos característicos de cada um. Por fim, buscou-se incentivar o mediador na aquisição de novos conceitos psicológicos para incrementar sua atuação como figura facilitadora dos diálogos no processo de mediação.
Palavras-chaves: Mediação; Análise Transacional; Comunicação; Mediador; Estados do Ego.

Introdução

Os conflitos interpessoais aumentam a cada dia que passa e muitos deles acabam gerando processos que buscam nos fóruns a solução para tais demandas. O aumento vertiginoso dos processos judiciais decorre da compreensão e do aprofundamento do conceito de democracia que ampliou a noção do direito individual e do exercício da cidadania[1].  No Brasil o pensamento dominante é o de que a sentença judicial é a única forma de pôr fim as suas lides[2].

Zulema Wilde[3] diz que “os conflitos são inevitáveis nesta vida e admitir que os métodos habituais de resolução têm sido em geral inadequados, de alto custo e até, muitas vezes, destrutivos, representa já um avanço”.

Na busca de uma sociedade que tenha mecanismos eficientes de reduzir os conflitos por meio de consensos, restaurando a harmonia é que surge a ideia de mediação no sistema judiciário[4], uma vez que “em muitos conflitos, a sentença judicial não é a melhor maneira de resolver controvérsias, notadamente nas causas mais complexas e que envolvam algum tipo de laço emotivo entre os envolvidos” 2.

Nas últimas décadas, presenciamos um contexto paradoxal no tocante à comunicação, campo em que o avanço tecnológico permite a expansão e a multiplicação de contatos, mas experimentamos uma enorme dificuldade na comunicação interpessoal, devido ao afastamento decorrente da ânsia de consumo e da concepção individualista e competitiva. No contexto descrito a mediação torna-se um instrumento indispensável para o resgate do diálogo entre as partes, buscando por meio da comunicação, a valorização do indivíduo e dos vínculos sociais[5].

Pela coleta das informações e das particularidades dos conflitos relatados pelas partes, o mediador incentiva que elas próprias produzam a solução de tais conflitos[6]. A mediação prioriza o diálogo, a colaboração e a solidariedade propiciando a participação e a corresponsabilização das partes quanto ao desfecho do litígio5.

Entre outros métodos, a mediação é fruto de uma tendência liberal mundial sendo que vários países perceberam as dificuldades do formalismo judicial estatal frente às diversas áreas do inter-relacionamento afetivo, profissional ou comercial entre pessoas físicas e jurídicas onde se faz necessária a resolução de conflitos de maneira rápida, eficaz e eficiente. Fica evidente a retirada cada vez maior do Estado dos assuntos de interesse dos particulares, considerando que os cidadãos podem exercer a administração, a transformação e a resolução dos próprios conflitos, uma vez que as fórmulas tradicionais não satisfazem mais as atuais exigências[7].

Um recurso técnico a ser utilizado na mediação, auxiliando o processo de mudança do papel desempenhado pelas partes envolvidas no conflito, é o da Teoria da Análise Transacional por contribuir “de forma significativa para o processo de confrontação ao papel do mediador, uma vez que clareia, facilita o diagnóstico e instrumentaliza, através da atuação efetiva e adequada dos Estados de Ego, Transações e a compreensão dos Jogos Psicológicos” [8].

A interligação da Análise Transacional com o Direito é plenamente possível para Maria Garcia, pois a primeira é:

…uma área do conhecimento humano que pode ser empregada com o Direito na tarefa de interpretação da lei. Destacando que o domínio de um dos instrumentos da AT: os Estados de Ego já proporciona em parte o auto-conhecimento e a identificação dos comportamentos. ‘o interprete terá a noção clara da sua postura diante da norma jurídica e interpretar: se clara ou obscura, se razoável ou não, se justa ou injusta, se ideologicamente dirigida, enfim, diante das circunstancias todas que cercam a norma e o caso, o próprio trabalho a realizar, externas ou interiores ao interprete este, o sujeito da ação, tem em si o início da solução: a partir daí começa a tarefa da interpretação[9].

 

Iniciamos o texto apresentando a base teórica da Análise Transacional, destacando em seguida os Estados do Ego, na intenção de proporcionar ao mediador esse conhecimento.

 

  1. BASE TEÓRICA ESTRUTURAL DA ANÁLISE TRANSACIONAL

Berne destaca que a análise estrutural é aquela que se ocupa da identificação e da análise dos estados do ego.  Ela deve preceder a análise transacional com o objetivo de constatar a predominância do estado do ego que avalia a realidade[10].

Como base teórica da análise estrutural da Análise Transacional, Berne apresenta os três absolutos pragmáticos (condição para a qual não tenha havido nenhuma exceção) e três hipóteses gerais que são as seguintes:

1 – Que todo indivíduo adulto foi criança um dia.

2 – Que todo ser humano, com um funcionamento suficientemente bom do tecido cerebral, é potencialmente capaz de uma adequada avaliação da realidade.

3 – Que todo indivíduo que sobrevive até a idade adulta teve pais ou alguém in loco parentis.

As hipóteses correspondentes são:

1 – Que os vestígios da infância sobrevivem na vida posterior como Estados do Ego completos (relíquias arqueopsíquicas).

2 – Que a avaliação da realidade é função de estados do ego distintos e não de “capacidade” isolada (funcionamento neopsíquico).

3 – Que o comando pode ser assumido por completo estado do ego de um indivíduo exterior, segundo se percebe (funcionamento exteropsíquico)[11].


2. ESTADOS DO EGO

Pai, Adulto e Criança representam pessoas reais que existem agora ou já existiram, e que têm nomes legais e identidades cívicas.

Eric Berne[12]

Estados do Ego são as posições psicológicas tomadas pelo indivíduo fenomenologicamente observáveis[13]. São sistemas coerentes de pensamento e sentimento manifestados por padrões de comportamento correspondente[14], “… se referem a fenômenos baseados em realidades concretas” 12. Berne definiu o Estado do Ego como um sistema de sentimentos acompanhado por um conjunto relacionado de padrões de comportamento[15].

Eric Berne, in “Princípio do tratamento de grupo”, o repertório de Estados do Ego é limitado em três tipos:

  1. Estado do Ego Pai é o que reproduz os sentimentos, as atitudes, o comportamento e as respostas das figuras parentais.
  2. Estado do Ego Adulto é o que avalia as probabilidades como base para a ação por meio da coleta e do processamento autônomo de dados.
  3. Estado do Ego Criança é o locus onde estão as relíquias da infância sendo reproduzidas no estado mental e no comportamento em algum momento ou época específica do desenvolvimento.

O termo “estado do ego” pretende tão-somente designar estados da mente e seus padrões afins de comportamento tal como estes ocorrem na natureza, e evita, num primeiro momento, o uso de conceitos como “instinto”, “cultura”, “superego”, “animus”, e assim por diante[16].

O alicerce da Análise Transacional é formado pelo conceito de Estado do Ego, abrangendo toda a variedade de formas de pensar, agir e sentir dos seres humanos. “Através dos Estados do Ego flui a energia psíquica dentro da pessoa, como também na comunicação interpessoal[17]”.

A manifestação dos Estados do Ego oscila de acordo com o fluxo da catexia (energia psíquica) que passa de um para outro, tendo o poder executivo aquele que estiver catexizado, ficando os outros dois latentes[18].

O desenvolvimento dos Estados do Ego acontece a partir do nascimento quando surge o Estado do Ego Criança, momento em que o recém-nascido está concentrado em torno das próprias necessidades. Em seguida se desenvolve o Estado do Ego Pai, que pode ser observado na brincadeira e imitação que a criancinha faz de seus pais.  O Estado do Ego Adulto se desenvolve nas tentativas de a criança entender o sentido do mundo e perceber que pode manipular os outros[19].

Cada um dos Estados do Ego PAI, ADULTO e CRIANÇA é responsável pela maneira como o indivíduo percebe o mundo, como ele sente o seu relacionamento com as outras pessoas. Essas instâncias são consideradas partes dinâmicas do todo, que é o Eu, as quais se intercambiam, quando do trato consigo ou com o outro[20].

As expressões Pai, Adulto e Criança, escritas com a inicial maiúscula referem-se aos respectivos estados do ego e não pessoas.

Para melhor compreensão faremos a seguir a apresentação da forma como é representada graficamente os Estados do Ego na teoria da Análise Transacional.

2.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS ESTADOS DO EGO

“A ideia de estado do Ego é representada por três circunferências sobrepostas. A circunferência superior caracteriza o estado do Ego Pai; a central o estado do Ego Adulto e a circunferência inferior, o estado do Ego Criança18”.

 

P  –  Pai

A  –  Adulto

C  –  Criança

Tais expressões constituem uma descrição coloquial dos Estados do Ego que se referem a manifestações fenomenológicas dos órgãos psíquicos correspondentes a extereopsique (Pai), neopsique (Adulto) e arqueopsique (Criança)[21], que serão expostas a seguir.

 

2.2 ESTADO DO EGO PAI (extereopsique)

…representa alguém dentro de sua cabeça lhe dizendo o que deve fazer, como se comportar e como ele é bom ou como ele é mau, e como as outras pessoas são piores ou melhores.

Eric Berne[22]

 

Estado do Ego Pai é decorrente da introjeção de um dos próprios pais, ou outras figuras parentais significativas, da maneira como elas eram percebidas pela criança. É emprestado “de figuras parentais, reproduzindo os sentimentos, as atitudes, o comportamento e as respostas daquelas figuras[23]”, “neste estado a pessoa sente, age, fala e reage como um dos seus progenitores fazia quando ela era pequena[24]”.

 

Do ponto de vista estrutural, é um conceito de vida aprendido. “Abrange os valores, as tradições, a moral, a ética, os costumes, julgamentos, preconceitos, aspectos esses que se perpetuam, através dos padrões culturais transmitidos de geração em geração[25]”.

Do ponto de vista funcional há dois aspectos distintos e complementares: Pai Crítico e Pai Protetor. O Pai Crítico é o que emite julgamentos, críticas, preconceitos, acusações, controles, ordens, imposições, censuras, exigências, limites, punições. O Pai Protetor se manifesta expressando apoio, estímulo, proteção, orientação, ajuda, segurança, permissão, conforto, preocupação com o bem-estar do outro. Pode ser afetivo e simpático, assim como um pai de verdade25,[26].

O Pai é o repositório da educação, responsável pela experiência de vida. Este Estado do Ego pode sofrer alterações ao longo da vida, quando a pessoa se depara com problemas mais sofisticados ou quando conhece outras figuras autoritárias que venham a adotar como exemplo de comportamento. Além disto, a pessoa pode descartar os aspectos opressivos do Pai num processo de autoconhecimento19.

O Estado do Ego Pai aparece de duas formas, direta e indireta: como um ativo Estado do Ego, e como uma influência. Quando é diretamente ativo, a pessoa reage como seu pai (ou mãe) realmente reagiria. Quando é uma influência indireta, o indivíduo reage de modo que seus pais desejariam que ele reagisse28.

A função do Pai é fazer críticas, positivas ou negativas, bem como proteger e incentivar, superproteger e refrear o indivíduo19.  Entre as funções, duas se destacam:

1ª. Capacitar o indivíduo a agir eficientemente como pai de seus próprios filhos, promovendo a sobrevivência da raça humana.

2ª. O Estado do Ego Pai torna muitas reações automáticas e relativamente inabaláveis, economizando grande quantidade de tempo e energia, diminuindo a ansiedade, libertando o Adulto da necessidade de tomar inumeráveis decisões banais, de modo que possa se dedicar a tarefas mais importantes, deixando os problemas rotineiros entregues ao Pai. Esse processo é particularmente eficaz se as decisões forem em sintonia com a cultura local[27].

 

2.3 ESTADO DO EGO ADULTO (neopsique)

Representa a voz da razão

Eric Berne26

 

“Estado do Ego Adulto se ocupa da coleta e do processamento autônomo de dados e de avaliar as probabilidades como base para a ação24”.

É autonomamente dirigido para uma avaliação objetiva da realidade no qual a pessoa analisa seu meio ambiente calculando as possibilidades e probabilidades com base em experiências passadas, funcionando como um computador[28] com arquivos auto – programados, destinados a controlar os estímulos ao lidar com o ambiente externo, “… o Adulto é organizado, adaptável, inteligente e vivenciado como uma relação objetiva com o ambiente externo baseada numa evolução autônoma da realidade[29]”.

É o conjunto de sentimentos, atitudes e padrões de comportamento adequados à realidade, onde a pessoa tem consciência e contato com o que esta ocorrendo dentro e fora de seu organismo, avaliando e integrando:

1- o que está ocorrendo momento a momento, internamente e externamente,

2- experiências passadas e seus efeitos resultantes, e

3- as influências psicológicas e identificações com outras pessoas significantes em sua vida23.

No Adulto a pessoa apresenta comportamento motor, desenvolvimento emocional, cognitivo e moral, compatíveis com sua idade, inclusive na habilidade de ser criativo e na capacidade para um engajamento pleno e atuante em relacionamentos significativos.

O Adulto reúne e processa dados, faz previsões, com percepção diagramada, em preto e branco, unidimensional, enfatiza a razão prática e a realidade externa. Manifesta-se nos momentos de ponderação funcional ou utilitária, quando se fazem necessárias a exatidão e a coerência[30].

A previsão e a estimativa de probabilidades são algumas de suas funções, recorrendo à lógica e ao raciocínio prático de forma ética, racional e autônoma. Esse Estado do Ego examina os dados absorvidos pelo Pai e os sentimentos da Criança para dar-lhes validade lógica ou não[31].

“O adulto manifesta-se nos momentos de ponderação funcional ou utilitária, quando se faz necessárias a exatidão e a coerência” 38.

O Estado do Ego Adulto deve ser estimulado durante o processo da mediação, para que as partes envolvidas consigam lidar com as questões que geraram o conflito e encontrarem uma alternativa para as necessidades latentes de modo que tanto o Pai quanto a Criança sejam respeitados e satisfeitos para que o acordo estabelecido seja cumprido.

2.4 ESTADO DO EGO CRIANÇA (arqueopsique)

… indica que todo homem tem um garotinho dentro dele, e cada mulher carrega uma garotinha dentro da cabeça.

Eric Berne[32]

 

Eric Berne define o Estado do Ego Criança como “relíquias da infância do indivíduo, reproduzindo seu comportamento e estado mental em algum momento ou época específica no seu desenvolvimento, no entanto utilizando as facilidades maiores à sua disposição enquanto adulto24”.

A Criança representa resíduos arcaicos, embora ativos, que foram fixados na primeira infância. “O estado do ego Criança é a parte mais valiosa da personalidade e pode contribuir para a vida do indivíduo exatamente como uma criança de verdade pode contribuir para a vida da família: com encanto, prazer e criatividade” [33].

Richard Erskine considera o Estado do Ego Criança como a “inteira personalidade” de uma pessoa num período anterior de seu desenvolvimento, incluindo as necessidades, desejos, urgências e sensações correspondentes à respectiva fase de desenvolvimento, além dos mecanismos de defesa e processo de pensamento, percepções, sentimentos e comportamentos23.

A Criança é a instância da criatividade, do amor, da intuição, da brincadeira e dos sentimentos.

Podemos evidenciar de duas formas de manifestação do Estado do Ego Criança: a Criança Adaptada (CA) e a Criança Livre (CL). A Adaptada é a aquela que modificou sua conduta sob a influência do Pai. A Criança Livre é a expressão espontânea, “responde para si nos momentos em que o indivíduo está criando, intuindo, divertindo-se e responde para o mundo quando está amando, brincando ou, simplesmente gozando o tempo com alguém34”. “É a fonte da espontaneidade, da sexualidade, das mudanças criativas, e é o principal núcleo de alegria[34]”.

De maneira geral podemos afirmar que não existe um Estado do Ego mais importante que o outro, pois cada um tem o seu próprio e importante valor para o organismo humano. A Criança é a fonte da intuição, da criatividade, do impulso espontâneo e do prazer. O Adulto é necessário para a sobrevivência, processando os dados e computando as probabilidades essenciais para enfrentar com eficiência o mundo exterior, além de regular e mediar as atividades do Pai e da Criança32. O Pai garante a perpetuação da espécie, além de se incumbir da realização automática das tarefas diárias.

 

  1. IDENTIFICAÇÃO DO ESTADO DO EGO

Para realizarmos a identificação do Estado do Ego (diagnóstico) contamos com quatro formas de análise: comportamental, social, histórica e fenomenológica. No contexto terapêutico, preconiza-se realizar os quatros tipos a fim de se obter com fidedignidade a identificação do Estado do Ego. A realização do diagnóstico comportamental e social é objetivo, enquanto os diagnósticos histórico e fenomenológico são subjetivos.

Os quatros tipos de diagnóstico serão a seguir descritos segundo os critérios de Rosa Krausz [35]e José Silveira[36]:

  • Diagnóstico Comportamental: é o primeiro a ser feito, ocorre por meio da observação do comportamento exteriorizado consciente ou inconscientemente pelas pessoas tais como: gestos, tom de voz, palavras e expressão facial, ou seja, pela linguagem verbal e não verbal.
  • Diagnóstico Social: é realizado pelo exame do tipo de resposta que um estímulo enviado pelo emissor provoca no receptor. Ocorre por meio da observação dos tipos de transações[37] entre uma pessoa e outra. Por exemplo: se uma pessoa se utiliza predominantemente do Estado do Ego Pai, haverá elevada probabilidade das respostas de seus interlocutores se originarem na Criança Adaptada ou mesmo no Pai. Se as pessoas estiverem no Adulto, provavelmente o interlocutor também estará no Adulto. Esse critério de diagnóstico se aplica sempre que o Estado do Ego em foco esteja inserido numa transação[38], de preferência complementar.
  • Diagnóstico Histórico: realiza-se por meio de uma investigação da história do indivíduo e da comparação com as reações presentes ou percebidas. Ocorre, por exemplo, quando o próprio indivíduo pode identificar a figura parental que serviu de modelo para o seu comportamento.
  • Diagnóstico Fenomenológico: ocorre quando o indivíduo pode reexperienciar o momento ou a época histórica em que assimilou o Estado de Ego parental através dos sentimentos, sensações e emoções.

É preciso levar em conta que os diagnósticos histórico e fenomenológico são realizados nos processos terapêuticos e desta maneira são ilustrados brevemente aqui para mera informação. No contexto da mediação é adequado o uso do diagnóstico comportamental e social.

Dentre os critérios comportamentais que auxiliam na identificação do Estado do Ego, temos que a entonação da voz pode estar associada à voz do Pai, à do Adulto e à da Criança, conforme a dicotomia da entonação. A alteração da voz denuncia a mudança no Estado do Ego.

O vocabulário traz palavras associadas aos Estados do Ego, como as seguintes expressões parentais: bonitinho, filhinho, desobediente, baixo, vulgar, odioso, ridículo e outras.  As expressões Adultas são: destruidor, apto, parcimonioso, desejável. Já as palavras da Criança estão associadas a juramentos, exclamações e apelidos.

 

  1. COMPORTAMENTOS CARACTERÍSTICOS DOS ESTADOS DO EGO

Conforme a Teoria da Análise Transacional, os Estados do Ego apresentam comportamentos característicos que facilitam a identificação de cada um deles.

4.1 COMPORTAMENTOS CARACTERÍSTICOS PAI

O estado de Ego Pai utiliza palavras imperativas ou protetoras, usa termos como: não deve! Não pode! Isto é uma ordem! Dedo em riste, olhar severo, cenho franzido, tom de voz incisivo e postura professoral são características deste estado de Ego, como também o braço sobre o ombro, o gesto de acalentar, o sorriso compreensivo e frases como: Confio em você! Pode contar comigo! Estou orgulhoso de você! Você é capaz! Que bom que você nasceu!46

QUADRO DE COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS CARACTERÍSTICOS DO

ESTADO DO EGO PAI:[39]

ÁREASPAI CRÍTICO (PC)PAI PROTETOR (PP)
POSTURAAltiva, queixo alto, mantém distância.Ereta, acolhedora, receptiva.
GESTOSBraços cruzados, dedo em riste, punho cerrado.Mão sobre os ombros, braços abertos.
EXPRESSÃO FACIALCenho franzido, severa, crítica, reprovadora.Bondosa, receptiva, amigável, tranquila.
TOM DE VOZAutoritário, cortanteTerno, suave, acolhedor.
PALAVRASCerto/errado, bom/mau, bonito/feio, precisa, deve, tem que.Não se preocupe, eu compreendo, eu ajudo, eu faço por você.

 

Um dado relevante para a identificação do Estado do Ego está associado tanto ao diagnóstico comportamental quanto ao diagnóstico social, conforme anteriormente apresentado. A comprovação pode ser feita por meio da observação da postura, dos gestos, da expressão facial, do tom de voz e das palavras utilizadas entre os participantes da mediação.

 

4.2 COMPORTAMENTOS CARACTERÍSTICOS ADULTO

Na conduta do Adulto evidencia-se a concentração circunspecta, pelo fato de ser o Estado de Ego voltado para o processamento de dados, a estimativa de probabilidades, a análise, a interpretação, o raciocínio e a decisão, de maneira objetiva e autônoma.

Adulto caracteriza-se pela atitude comedida e ponderada, pelas palavras racionais e objetivas, pela expressão interessada e meditativa. A estátua “O Pensador” de Rodin reflete com precisão a figura do estado de Ego Adulto, que utiliza em seu vocabulário substantivos e termos como: Por que? É adequado! Não é conveniente! Percebo que…!47

 

 

COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS CARACTERÍSTICOS DO ESTADO DO EGO ADULTO[40]
ÁREASADULTO (A)
POSTURADescontraída, flexível.
GESTOSExplicativos, adequados ao que a pessoa faz ou diz.
EXPRESSÃO FACIALAlerta, tranquila.
TOM DE VOZFirme, calmo, compassado.
PALAVRASO quê, como, por quê observo, concluo, penso.

 

 

4.3 COMPORTAMENTOS CARACTERÍSTICOS CRIANÇA

“A Criança caracteriza-se pelo tom de voz elevado, estridente e descontraído ou pela atitude inibida e chorosa. Usa, com frequência, interjeições e gírias” 47. Um exemplo de conduta da Criança é a

“inclinação da cabeça, significando timidez, ou o sorriso que acompanha essa atitude e a transforma em delicadeza…”, “os sinais de aversão e a fisionomia de mau humor, que o aborrecimento do Pai pode transformar em uma risada relutante e desgostosa” [41].

4.3.1 MANIFESTAÇÃO DOS DIFERENTES ESTADOS DO EGO CRIANÇA

A manifestação do Estado do Ego Criança pode ser a da Criança Adaptada e a da Criança Livre. A Criança Adaptada (CA), que se apresenta por um comportamento sob o domínio da influência Parental, pode apresentar atitudes de condescendência ou retraimento, nas formas de Criança Adaptada Submissa (CAS) ou de Criança Adaptada Rebelde (CAR). Já a Criança Livre (CL) tem formas autônomas de comportamento, como a rebeldia ou autoindulgência. Entre a Criança Livre e a Criança Adaptada temos a manifestação do Pequeno Professor, também conhecido como o Adulto da Criança.

Criança Livre é a expressão autêntica do ser humano, sem a alteração promovida pelo processo educativo. É a fonte das emoções autênticas, da criatividade, curiosidade, espontaneidade e autenticidade, constituindo-se a parte mais gratificante da personalidade47.

O Pequeno Professor (PEQ. PROF.) expressa-se através da intuição, curiosidade, da criatividade, da capacidade de manipulação. Manifesta a consciência intuitiva, com a capacidade de colher dados da realidade através das sensações ou de indicadores sutis da linguagem não verbal.

A Criança Adaptada surge em decorrência das pressões sociais provenientes das figuras parentais externas ou introjetadas no sentido de moldar o seu comportamento. Essa adaptação muitas vezes é decorrente do processo de socialização e de aprendizagem. A criança necessita da aprovação parental, por isto tende a fazer tudo para consegui-la, adaptando as formas de sentir, pensar e agir, a fim de atender ao que ela entende ser a expectativa das figuras parentais47.

A Criança Adaptada Submissa (CAS) procura cumprir os padrões e expectativas parentais gerais e/ou específicas, cumprindo ordens, obedecendo a regras, procurando agradar47.

A Criança Adaptada Rebelde (CAR) caracteriza-se por comportamentos que contrariam os padrões e expectativas parentais gerais e/ou específicos, podendo expressar comportamentos de rebeldia ou procrastinação47.

O quadro a seguir é composto pelos principais comportamentos característicos dos diferentes Estados do Ego Criança.

QUADRO DE COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS CARACTERÍSTICOS DO

ESTADO DO EGO CRIANÇA[42]

ÁREASCLPEQ. PROF.CASCAR
POSTURAFlexível, movimentada, mutante.Estática, cabeça ligeiramente inclinada.Tensa, encolhida, cabisbaixa.Arrogante, desafiadora, provocante.
GESTOSExpansivos, rápidos, descontraídos.Cuidadosos, intencionais, exploradores.Contidos, tímidos, desajeitados.Bruscos, desafiadores, inesperados.
EXPRESSÃO FACIALCuriosa, indagadora, excitada, de expectativa, impaciente.Observadora, desconfiada, cautelosa.Ansiosa, insegura, procurando aprovação/

aceitação.

De desafio, irônica, de desprezo.
TOM DE VOZAgudo, barulhento, vibrante.Baixo, suave, envolvente.Baixo, pouco expressivo.Cortante, agudo.
PALAVRAS TÍPICASOba,

quero,

não quero,

agora, já.

Se eu fizer,

você …,

quando você …, será que …

Sim, está bem, faço, vou, como achar melhor, você que sabe.Não, discordo, faça/vá você, como/quando eu quiser.
OLHARExpressivo.CativanteInexpressivoRessentido, desafiador

 

  1. A ANÁLISE TRANSACIONAL E A MEDIAÇÃO

A teoria da Análise Transacional é bem-vinda no exercício da mediação pelo fato de apresentar basicamente uma postura “… não-intrusiva e não-diretiva, que respeita o direito da autodeterminação, do acesso às informações, da relação igualitária e de confiança no potencial das pessoas …”[43].

O fato de o mediador poder utilizar os recursos de Análise Transacional facilitaria o estabelecimento de um clima de respeito e proteção, propiciando que as pessoas consigam encarar seus problemas de maneira objetiva com o discernimento necessário para a pacificação do conflito e na elaboração de um acordo que venha a ser cumprido por todos os envolvidos.

Exemplificando a relevância da participação do Estado do Ego Criança na mediação, destacamos o valor da criatividade no processo: “As partes, ao terem o controle da solução em suas próprias mãos (e um pouco de criatividade), podem inventar soluções que as deixam numa situação muito melhor do que num litígio judicial ou arbitral[44]”.

O mediador conhecedor da Análise Transacional tem condições de compreender os acontecimentos presentes durante a comunicação pela identificação dos Estados do Ego atuantes em dado momento.

No processo da mediação, parte-se da crença de que as pessoas são capazes de solucionarem seus conflitos, assumindo a responsabilidade por seus atos e decisões. Deste modo temos que a ideia central da mediação vem ao encontro da ideia central da Análise Transacional que é o de tornar as pessoas autônomas, criativas e espontâneas.

 

  1. CONCLUSÃO

Esse artigo fez uma abordagem interdisciplinar entre a Ciência Jurídica, especificamente a Mediação, e a Psicologia sob o enfoque da Análise Transacional.

A convivência humana é marcada pela presença de conflitos interpessoais e a mediação é uma forma dinâmica e informal de buscar solução. Considerada como um meio alternativo, ela vem sendo empregada com sucesso em vários setores jurídicos.

O mediador dispõe de vários recursos no seu efetivo exercício, um deles é a teoria da Análise Transacional, que é uma maneira autêntica e científica de analisar as relações sociais, “é um corpo de conhecimentos sobre os processos e resultados da comunicação humana[45]”, não sendo considerada como psicoterapia e sim como um dos recursos que podem ser empregados na prática. Seguindo essa linha de raciocínio vemos ampla possibilidade de sua adequação no processo de mediação pelo fato de essa teoria dispor de alguns “conceitos que são muito válidos para ajudar as pessoas a entenderem a si mesmas e os outros64”.

O entendimento tanto pode contribuir quanto pode advir da competência interpessoal, facilitando a gestão construtiva dos relacionamentos pela capacidade de utilizar adequadamente os Estados do Ego. “O contato com a realidade interna e externa nos auxilia a lidar com as dificuldades no processo de Com-/Viver, que nos exige elevada capacidade de comunicação, tolerância, solidariedade, apoio e equilíbrio interno[46]”.

A teoria da Análise Transacional tem muito a contribuir para o aperfeiçoamento dos operadores de Direito, com especial destaque para aqueles que lidam diretamente com as pessoas.

O Direito é uma ciência que atua de maneira multidisciplinar com as demais ciências e os conhecimentos da Psicologia contribuem na busca ideal da função do Direito: “a pacificação dos conflitos”.

Encerramos com o desejo de incentivar a pesquisa e o aperfeiçoamento dos mediadores e operadores do direito, para que se aprofundem no tema ora abordado.

_________________


NOTAS

[1] MEURER, Zuleica Maria. Mediação: uma proposta de solução de conflitos a ser implantada no Brasil. Rio Grande: Âmbito Jurídico, 2008.

[2] CUNHA, Antônio Renato Cardoso da; SOARES, Irineu Carvalho de Oliveira; FREITAS, Maria Alice Ilha Niederauer de; e SCHAPKE Roberto de Oliveira. A dinâmica da mediação. Um estudo sobre a Mediação Cultural, Urbana e Familiar. Ciência Atual, Rio de Janeiro, Volume 2, Nº 1, 2014, p. 02-10.

[3] WILDE, Zulema apud VEZZULA, Juan Carlos. Mediação: teoria e prática – guia para utilizadores e profissionais. São Paulo: Agora, 2001.

[4] TARGA, Maria Inês de Cerqueira César. Mediação em Juízo. São Paulo: LTr, 2004.

[5] SILVA, Linara da & LÂNGARO, Maurício Nedeff. A mediação enquanto mecanismo de pacificação e de (re)construção das relações sociais. XI Seminário Internacional de Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea. VII Mostra de Trabalhos Jurídicos Científicos. 2014.

[6] CUNHA, Antônio Renato Cardoso da; SOARES, Irineu Carvalho de Oliveira; TOMAZ, Geovani de Moraes; VASCONCELOS, Eduardo Biachine; SOARES, Catia Cilene Damasio. Será que a instauração da obrigatoriedade quanto ao procedimento da pré-mediação extrajudicial traria benefícios para uma cultura moderna no que se refere a resolução dos conflitos dos cidadãos brasileiros? Ciência Atual. Rio de Janeiro. Volume 2, Nº 1. 2014, p, 02-11.

[7]SAMPAIO, Lia Regia Castaldi & BRAGA NETO, Adolfo. O que é mediação de conflitos. São Paulo: Brasiliense, 2007.

[8] HELENA JUNIOR, Waldemar. A mediação: um desafio organizacional hoje. São Paulo: Revista Brasileira de Análise Transacional – UNAT-Brasil. 1988, p. 81.

[9]GARCIA, Maria. A AT na interpretação das leis. São Paulo: Revista Brasileira de Análise Transacional. Ano III – nº 1 junho 1992, p. 52.

[10] BERNE, Eric. Análise transacional em psicoterapia. São Paulo: Summus, 1985, p.22.

[11] BERNE, 1985, p.33. Op. cit.

[12] BERNE, 1985, p. 30. Op. cit.

[13] GOULDING, Mary McClure & GOULDING, Robert L. Ajuda-te pela Análise Transacional: a arte de viver bem com a terapia da redecisão. São Paulo: Ibrasa. 1991.

[14] BERNE, Eric. O que você diz depois de dizer olá? A psicologia do destino. São Paulo: Nobel, 1991.

[15] WHATLING, Tony. Conflict matters – Managing conflict and high emotion in mediation. The Indian Arbitrator – View Point, Volume 1 Issue 7. August 2009.

[16] BERNE, 1985, p. 28. Op. cit.

[17]  PINCHERLE, Livio Túlio apud BERNE, 1985, p.7.

[18] BOSCHI, Glauco Bauab. Análise Transacional e interpretação constitucional. São Paulo: Thesis, ano VI, n. 11, p. 24-63, 1° semestre, 2009, p.44.

[19] JAMES, Muriel e JOGEWARD, Dorothy, Análise Transacional com experiências Gestalt. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 36-37.

[20] BOSCHI. 2009, p.39. Op. cit.

[21] ERSKINE, Richard O. Estrutura do ego, função intrapsíquica e mecanismos de defesa: Um comentário sobre os conceitos teóricos originado de Eric Berne.Transactional Analysis Journal Vol. 18, nº 1, Janeiro de 1988.

[22] BERNE, Eric. Sexo e amor. Rio de Janeiro: José Olympio, 1988, p.73.

[23] BERNE, Eric. Princípio do tratamento de grupo. São Paulo: Unat-Brasil. Circulação restrita. s/d, p. 181.

[24] BERNE, 1991, p.25. Op. cit.

[25] KRAUSZ, Rosa R. Trabalhabilidade. São Paulo: Nobel, 1999, p. 28.

[26] BERNE, 1988, p.73. Op. cit.

[27] BERNE, Eric. Os jogos da vida: a psicologia transacional e o relacionamento entre as pessoas. São Paulo: Artenova: 1977.

[28] BERNE,1977 e 1991. Op. cit.

[29] BERNE, 1985, p. 72. Op. cit.

[30] BOSCHI. 2009, p. 42.  Op. cit.

[31] BOSCHI. 2009, p. 43.  Op. cit.

[32] BERNE, 1988, p.75. Op. cit.

[33] BERNE, 1977, p.27. Op. cit.

[34] STEINER, Claude  apud  BOSCHI. 2009, p. 43.  Op. cit.

[35] KRAUSZ, 1999. Op. cit.

[36] PASSOS, José Silveira. Diagnóstico dos Estados de Ego segundo Eric Berne. Portal Brasileiro de Análise Transacional – PortalBrAT. s/d.

[37] Segundo Eric Berne apud José Silveira, as transações podem ser Simples e Ulteriores:

1) Simples – Constituem uma transação simples aquelas em que os fenômenos são observáveis, aparentes, permitindo uma avaliação objetiva dos mesmos. Essas transações podem ser complementares ou cruzadas.

2) Ulteriores – Constitui uma transação ulterior aquela em que os fenômenos não são aparentes, não aparecem na superfície, ocorrem subjacentes, por “debaixo dos panos” em concomitância ao aparente (ao observado). Apresentando, assim, dois níveis de comunicação: um a nível social (aparente), e outro a nível psicológico (subjacente).

[38] “A transação consiste num estímulo de parte de uma pessoa e numa reação de outra, que por sua vez se torna um novo estímulo para a primeira pessoa” HARRIS, Thomas A. Eu Estou OK Você Está OK. Rio de Janeiro: Editora Artenova, 1977.

[39] KRAUSZ, 1999, p.29. Op. cit.

[40] KRAUSZ, 1999, p.30. Op. cit.

[41] BERNE, 1985, p. 68. Op. cit.

[42] KRAUSZ, 1999, p.33. Op. cit.

[43] KRAUSZ, Rosa R. Análise transacional: teoria do comportamento ou filosofia de vida? São Paulo: Revista Brasileira de Análise Transacional. Ano XI, nº 1, junho 2001. Ano XII, nº 2, junho 2002; p. 110.

[44] SIOUF FILHO, Alfred Habibi. Negociação para resolução de controvérsias. In SALLES, Carlos Alberto de, LORECINI, Marco Antônio Garcia Lopes & SILVA, Paulo Eduardo Alves da. Negociação, mediação e arbitragem – curso básico para programas de graduação em Direito. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012, p. 9.

[45] HOLLOWAY, William H.. No começo – Tema em debate. São Paulo: Revista Brasileira de Análise Transacional – UNAT-Brasil. Ano VII – Nº 1 – Junho 1997; Ano VII – Nº 1 – Junho 1998, p 86.

[46] KRAUSZ, 2001-2002, p. 109. Op. cit.

7.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNE, Eric. Os jogos da vida: a psicologia transacional e o relacionamento entre as pessoas. São Paulo: Artenova: 1977.

BERNE, Eric. Análise Transacional em psicoterapia. São Paulo: Summus, 1985.

BERNE, Eric. Sexo e amor. Rio de Janeiro: José Olympio. 1988.

BERNE, Eric. O que você diz depois de dizer olá? A psicologia do destino. São Paulo: Nobel, 1991.

BOSCHI, Glauco Bauab. Análise Transacional e interpretação constitucional. São Paulo: Thesis, ano VI, n. 11, p. 24-63, 1° semestre, 2009. Disponível em: http://www.cantareira.br/thesis2/atual/glauco_11_final.pdf. Acesso em 21/02/2012.

CUNHA, Antônio Renato Cardoso da; SOARES, Irineu Carvalho de Oliveira; FREITAS, Maria Alice Ilha Niederauer de; e SCHAPKE Roberto de Oliveira. A dinâmica da mediação. Um estudo sobre a Mediação Cultural, Urbana e Familiar. Ciência Atual, Rio de Janeiro, Volume 3, Nº 1, 2014. Pg. 02-10. Disponível em: http://inseer.ibict.br/cafsj/index.php/cafsj/article/view/50mAcesso em 04/07/2014.

CUNHA, Antônio Renato Cardoso da; SOARES, Irineu Carvalho de Oliveira; TOMAZ, Geovani de Moraes; VASCONCELOS, Eduardo Biachine; SOARES, Catia Cilene Damasio. Será que a instauração da obrigatoriedade quanto ao procedimento da pré-mediação extrajudicial traria benefícios para uma cultura moderna no que se refere a resolução dos conflitos dos cidadãos brasileiros? Ciência Atual. Rio de Janeiro. Volume 2, Nº 1. 2014 inseer.bict.br/cafsj. Pg. 02-11.

Disponível em: http://inseer.ibict.br/cafsj/index.php/cafsj/article/view/49/pdf  acesso em 05/07/2014.

ERSKINE, Richard O. Estrutura do ego, função intrapsíquica e mecanismos de defesa: Um comentário sobre os conceitos teóricos originado de Eric Berne. Transactional Analysis Journal Vol. 18, n º 1 – Janeiro de 1988. Disponível em http://www.integrativetherapy.com/pt/articles.php?id=50 . Acesso em 05/07/2014.

GARCIA, Maria. A AT na interpretação das leis. São Paulo: Revista Brasileira de Análise Transacional. Ano III – nº 1 junho 1992.Pg. 50-53.

GOULDING, Mary McClure & GOULDING, Robert L. Ajuda-te pela Análise Transacional: a arte de viver bem com a terapia da redecisão. São Paulo: Ibrasa. 1991.

HARRIS, Thomas A. Eu Estou OK Você Está OK. Rio de Janeiro: Editora Artenova, 1977.

HELENA JUNIOR, Waldemar. A mediação: um desafio organizacional hoje. São Paulo: Revista Brasileira de Análise Transacional – UNAT-Brasil. Ano I – nº 1 – junho de 1988. Pg.. 77 – 84.

HOLLOWAY, William H.. No começo – Tema em debate. São Paulo:  Revista Brasileira de Análise Transacional – UNAT-Brasil. Ano VII – Nº 1 – Junho 1997; Ano VII – Nº 1 – Junho 1998. págs 85 a 98.

JAMES, Muriel e JOGEWARD, Dorothy, Análise Transacional com experiências gestalt. São Paulo: Brasiliense, 1995.

KRAUSZ, Rosa R. Trabalhabilidade. São Paulo: Nobel, 1999.

KRAUSZ, Rosa R. Análise transacional: teoria do comportamento ou filosofia de vida? São Paulo: Revista Brasileira de Análise Transacional. Ano XI, nº 1, junho 2001. Ano XII, nº 2, junho 2002. Pg. 103 – 112.

MEURER, Zuleica Maria. Mediação: uma proposta de solução de conflitos a ser implantada no Brasil. Rio Grande: Âmbito Jurídico, 2008. Disponível em:http://www.ambito-juridico.com.br/pdfsGerados/artigos/2987.pdf . Acesso 04/07/2014.

PASSOS, José Silveira. Diagnóstico dos Estados de Ego segundo Eric Berne. Portal Brasileiro de Análise Transacional – PortalBrAT. s/d.. Disponível em: http://www.josesilveira.com/novosite/index.php?option=com_content&task=view&id=25&Itemid=33 . Acesso em 05/07/2014.

SAMPAIO, Lia Regia Castaldi & BRAGA NETO, Adolfo. O que é mediação de conflitos. São Paulo: Brasiliense, 2007.

SILVA, Linara da, LÂNGARO, Maurício Nedeff. A mediação enquanto mecanismo de pacificação e de (re)construção das relações sociais. XI Seminário Internacional de Demandas Sociais e Políticas Públicas na Sociedade Contemporânea. VII Mostra de Trabalhos Jurídicos Científicos. 2014.

Disponível em: http://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/sidspp/article/view/11808/1650   Acesso em 04/07/2014.

SIOUF FILHO, Alfred Habibi. Negociação para resolução de controvérsias. In SALLES, Carlos Alberto de, LORECINI, Marco Antônio Garcia Lopes & SILVA, Paulo Eduardo Alves da. Negociação, mediação e arbitragem – curso básico para programas de gradução em Direito. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2012.

TARGA, Maria Inês de Cerqueira César. Mediação em Juízo. São Paulo: LTr, 2004.

VEZZULA, Juan Carlos. Mediação: teoria e pratica – guia para utilizadores e profissionais. São Paulo: Agora, 2001, p. 23.

WHATLING, Tony. Conflict matters – Managing conflict and high emotion in mediation. The Indian Arbitrator – View Point, Volume 1 Issue 7. August 2009.

Disponível em: http://www.arbitrationindia.org/pdf/tia_1_10.pdf . Acesso em 05/07/2014.
REFERÊNCIA BIOGRÁFICA  

CECILIA RITA BOZZO GREGORUTTI DOS SANTOS: atua como Professora Universitária no Centro Universitário Metropolitano de São Paulo – FIG-Unimesp e na Faculdade Piaget. Formada em Educação Física (USP), Psicologia (UBC) e Direito (FIG-Unimesp). Especialista em Terapia de Casal e de Família pela Unifesp, e pesquisadora do Grupo de Estudo e Pesquisa Família e Comunidade (GEPFAC) – Unifesp. Mestre em Psicologia Escolar pela PUC-Campinas.

E-mail. cecigregorutri@yahoo.com.br

Clovis Brasil Pereira
Clovis Brasil Pereirahttp://54.70.182.189
Advogado; Mestre em Direito; Especialista em Processo Civil; Professor Universitário; Coordenador Pedagógico da Pós-Graduação em Direito Processual Civil da FIG – UNIMESP; Editor responsável do site jurídico www.prolegis.com.br; autor de diversos artigos jurídicos e do livro “O Cotidiano e o Direito”.

Fale Conosco!

spot_img

Artigos Relacionados

Posts Recentes