A educação e a propriedade intelectual

* Mauricio Cozer Dias –

A propriedade intelectual compreende as marcas, as patentes, o desenho industrial, a biotecnologia, as plantas geneticamente alteradas, os programas de computadores, as obras literárias, artísticas e científicas.

Atualmente vivemos numa sociedade onde a produção, a criação de tecnologia é um elemento caracterizador do estágio de desenvolvimento de um país, influindo diretamente na produção de riqueza, nível de emprego e no bem-estar da população.

O Brasil possui um histórico de país exportador de produtos agrícolas: primeiramente foi a cana de açúcar, os minérios, depois o café; a hoje a soja lidera nossa pauta de exportação.

Recentemente a revista Época trouxe uma matéria relatando como a Coréia do Sul se transformou num dos tigres asiáticos, mencionando os investimentos pesados daquele país em educação, o que lhe garantiu posição de vanguarda e riqueza social.

Realmente a educação é o caminho para tirar o Brasil do Terceiro Mundo. Porém, embora eu seja um profissional da área de humanas, acredito que a política educacional brasileira deva investir, estimular de forma maciça a área de exatas: matemática, química, física e biológicas, entre outras relacionadas com a produção de tecnologia.

Esse investimento maciço deve ocorrer desde o ciclo básico até o universitário, investindo em instalações, no corpo docente e discente. Porém, em uma breve observação nas faculdades da região, percebe-se o desequilíbrio existente entre humanas e exatas, havendo uma oferta bem maior de cursos na área de humanas.

Acredito que o desequilíbrio decorre de falha na política educacional, bem como, no custo de implantação e manutenção dos cursos de humanas, que geralmente são mais baratos e mais lucrativos, pois não precisam de laboratórios, aparelhagem, pesquisadores, etc.

É uma necessidade urgente alterar esse quadro educacional. A propriedade intelectual é estratégica para o desenvolvimento do país. É necessária uma política educacional consciente e permanente e não ocasional e demagógica como temos.

Investir em cursos de exatas, investir em pesquisadores também é uma necessidade na capacitação do corpo docente. Porém, mais importante é estimular o alunado, desde o ciclo básico a se interessar mais por essas disciplinas, com a realização de jogos de matemática, maratonas de química, premiações para concursos nessas áreas.

Enfim, estimular e reconhecer novas capacidades na área de exatas é imprescindível para aumentar nossa produção tecnológica e, conseqüentemente, a riqueza da sociedade brasileira.

Há muitos anos nos vendem a idéia de que o Brasil é o país do futuro, um futuro que nunca chega. Mas, se não investirmos pesado na área de produção tecnológica nosso futuro continuará sendo de exportadores de bananas e não de tecnologia.

Dia 26 de abril é o Dia Mundial da Propriedade Intelectual e nossa política educacional deve ser repensada para nos garantir um futuro de bem estar social.

 

Referência  Biográfica

Maurício Cozer Dias  –  Mestre em Direito de Empresa e Direito Intelectual.


Redação Prolegis
Redação Prolegishttp://prolegis.com.br
ISSN 1982-386X – Editor Responsável: Prof. Ms. Clovis Brasil Pereira.

Fale Conosco!

spot_img

Artigos Relacionados

Posts Recentes